sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Monocasco versus bicasco versus patilhão retráctil

Pois é, o Galhofas é o nosso menino. É o primeiro, aquele com que apanhamos os primeiros grandes sustos e também as primeiras alegrias.

A coisa é comparada ao primeiro carro que compramos depois de tirar a carta, convém que seja um a atirar para o velhote, para o caso de a coisa correr para a batida, não custar muito no bolso, e claro está, ganhar experiência.

Todavia, e embora pensemos ficar com o Galhofas ainda por mais alguns anos, começamos a pensar no próximo. Aqui começa as perguntas e os requisitos.

Para mim, um barco ideal deve ter os seguintes requisitos:

- Ser forte, mas ágil;
- Rápido, mas confortável;
- Entre os 45 a 50 pés;
- 3 Camarotes, um para os "patrões", outro para as catraias (que na altura já serão modelos) e outro para os convidados/arrumações;
- 2 WC, sendo um deles com chuveiro separado;
- Pilot-house, para navegações com mau tempo ou chuva e desfrute das vistas;
- Bastante arrumação para a logística;
- Boa autonomia energética (com muitas baterias):
             - Gerador a gasolina/gasóleo;
             - Gerador eólico;
             - Gerador solar;
- Dessalanizador (water maker);
- Instrumentos/electrónica boa. Somente o essencial com redundância no GPS e VHF;
- Outros requisitos mais técnicos que não interessa aqui descriminar;

Ora tudo isto encontramos num bicasco. Porém, o bicasco tem algumas desvantagens:
 - Caro nas marinas;
 - Desconheço o seu verdadeiro comportamento em mau tempo.

Mas reconheço que um bicasco é um barco de sonho, pelo espaço e vida a bordo que proporciona.

O monocasco, é mais tradicional e aceite num porto/marina. Já existem modelos com características muito semelhantes aos bicascos. Veja-se os Southerly www.northshore.co.uk


É sem dúvida um barco de sonho.

Até à uns tempos atrás, quedava-me mais pelos bicascos (Catamarans). Esta preferência era motivada pela ideia de velocidade que estava associada aos bicascos.

Porém, a realidade é outra. Nos testes que tenho lido na impressa especializada, quando vemos Lagon 410, 420, etc. com performances de 7 a 10 nós de velocidade cruzeiro, verificamos que não são assim tão mais rápidos que os monocascos. Além do mais, os monos conseguem performances em bolina muito mais interessantes que os bicascos.

É difícil de dizer qual o mais interessante, mono ou bi. Penso que a decisão terá que ser mais sentimental do que racional, pois ambos conseguem proporcionar vivências a bordo interessantes e singulares.

É uma conversa que tem que ser actualizada com os proprietários de bicascos, e quem sabe fazer uns charters em bicascos para perceber se valem mesmo a pena em relação a um monocasco com características semelhantes a que só os bicascos nos conseguiam proporcionar até a algum tempo atrás.

1 comentário:

  1. Caríssimo
    Venho aqui pelo blog algumas vezes porque o "Galhofas" é um velho conhecido meu que estava num estado pouco recomendável e pelo que tenho visto sofreu um rejuvenescimento notável ! Para além do mais, quem conta as suas histórias de navegações tem em mim um leitor interessado, sejam elas estuarinas, costeiras ou de mar alto.
    A sua dissertação quanto a novo barco é bastante correcta, porém quanto a mim falta analisar o problema de verba a disponibilizar e o programa a fazer! Eu nunca andei de multicasco e o que tenho ouvido e lido é no sentido de se andar num óptimo apartamento, com prestações normais à vela excepto à bolina. Os preços são normalmente a multiplicar por dois. O investimento é um novo ou usado? Quanto a mim tudo o que vem acima dos 40 pés dificilmente se gere em tripulação reduzida, ou então paga-se em automarismos nem sempre fiáveis.
    Enfim o assunto dá pano para mangas.
    Um abraço e continue escrevendo.
    http://joao-carioca.blogspot.com/

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