quinta-feira, 22 de abril de 2010

10 dias no Algarve 3


















Experimentem deixar a máquina fotográfica para actividades artísticas de imagem com as pequenas!


Á noite fazem a festa, de dia dormem.



Fundeados em Portimão.

As catraias fazem a festa.

Em Portimão, fundeia-se muito bem, pena é durante o dia, o vai e vem das motas de água (estas moças fazem um barulho! Será que aqui não se preocupam com os índices de som. Eu se fizesse este berreiro com a minha saudosa CB 750 na estrada, não ganhava para as coimas.)

Os barcos na entrada e saída do canal também provocam uma pequena ondulação, que embora não altere significativamente a quietude dos barcos fundeados, chateia um pouco. Mas quem quer sossego, não vem para aqui.



As catraias adoram os seus coletes.





A sair de Lagos.

Bela marina, com a vantagem de estar tão perto da cidade.

Outro facto apreciado é o das casas de banho estarem interessantemente perto dos pontões. Acreditem, é uma vantagem. Imaginem que querem ter aquele momento "pensativo" e perceberem que têm que andar a maratona para chegarem às casas de banho como acontece em Portimão. Desistem?!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

10 dias no Algarve 2

Se têm filhos, não se esqueçam de levar um bom stock de lápis e papel



Chegados a Lagos, deixamos o Nuno e peguei a Zezinha e as minhas 2 catraias.
Ficamos por Lagos nessa noite, pois a ideia era sair no dia seguinte para Portimão e por lá fundear.

Assim fizemos.

Vento nada, uma leve brisa, a meio da perna Lagos - Portimão, metemos motor.
Chegados a Portimão, fundeamos. Ficamos por ali um par de dias, depois seguimos para Albufeira, para a marina afim de abastecermos de água. Feito o check-in, ligamos o motor para nos deslocarmos para o lugar que nos fora atribuído, eis que, o motor não pegou. Droga, agora que eu estava a ficar tão contente com o Galhofas, ele faz-me isto!

Lá pedimos reboque à marina para o nosso lugar, que vergonha, ser rebocado por um pneumático a cair aos bocados. 30€ foi o que a marina nos cobrou pelo reboque do pontão de espera até ao nosso finguer, eis o Algarve no seu esplendor económico.

Felizmente, a marina de Albufeira tem ali um par de firmas de apoio e reparação à náutica que prontamente nos assistiu.

O problema era as escovas do motor de arranque, foram à vida por uso.

Lá se encomendou umas novas que demoraram 2 dias. Aproveitamos esses dias para conhecermos a zona. Os 2 dias foram passados a ir de dinghy até á praia e á noite umas passeatas pela noite de albufeira.
Depois de reparado o motor de arranque, fomos com um casal amigo que também estava por coincidência a passar uns dias de férias no empreendimento do Taveira (na marina de albufeira) até à beirinha de uma praia, fundeados e a curtir o panorama de ver as praias apinhadas de gente, enquanto nós nos banqueteávamos com um belíssimo almoço feito a bordo e uns mergulhos.

Ao final da tarde regressamos para a marina e no dia a seguir saímos novamente para Portimão, para fundearmos.

Aqui, tivemos uma graça:

- Apercebemos-nos que a passagem do Galhofas para o dinghy era um pouco atribulada, pois o Galhofas nesta altura ainda não tinha uma plataforma de popa. Compramos uma pequena escada quando estivemos em Albufeira.

- Quando chegamos a Portimão para fundear, resolvemos estrear a escada.

Ao colocarmos a escada na borda, esquecemos-nos de a prender com um cordel; resultado: caiu à água. Ainda tentei com um salto acrobático do Galhofas para o dinghy, mas qual quê, só me restou a frustração de ficar a vê-la a ir para o fundo.

A sonda marcava 4 metros, demasiado para um mergulho em apneia, pelo menos para mim.

Um vizinho (com pavilhão britânico), simpaticamente informou-me que tinha visto um mergulhador de um barco holandês ali fundeado, a mergulhar para resgatar um motor fora-de-borda.
Bom, pelo menos tinha o consolo de só ter deixado cair uma escada, teria sido bem pior se fosse o fora-de-borda.

Entrei no dinghy e lá fui ter com o mergulhador, proprietário de um belíssimo 60 pés feito em alumínio.

Era um casal de meia idade, que quando chegou teve o cuidado de me informar que me tinha observado pelos binóculos e já sabia o que ali me trazia. Que animador, e agora? peço-lhe o favor de me ir resgatar umas escadas?!

Bem, como já estávamos no final do dia, lá ficou combinado nos encontrarmos no dia seguinte para o grande resgate. Todavia, mandou-me a correr para o sítio onde tinha deixado cair a escada, pois com as variações da maré e do vento, no dia seguinte seria muito difícil encontrar o local exacto e muito menos encontrar, já que a visibilidade era péssima ali.

Peguei no pequeno ferro do dinghy e deixei cair no local com uma bóia amarrada num cabo para sinalizar.

No dia seguinte, lá apareceu o navegador/mergulhador que à primeira tentativa encontrou a minha estimada escada.

Perguntei-lhe quanto me iria custar a amabilidade, ao que me respondeu se eu queria que ele me cobrasse os 8€ que lhe cobram para encher uma garrafa, quando só tinha usado 2 minutos de oxigénio da garrafa. Não soube o que lhe responder.

Fica no entanto registado que não me cobrou nada e também me informou que não queria nenhuma garrafa do excelente vinho português porque era alérgico a bebidas alcoólicas. Tramou-me, o que é que se oferece a alguém que está fundeado num veleiro em plena zona balneária do Algarve e que ainda por cima é alérgico a vinho? Ainda estou a tentar descobrir.

Mas daqui tirei uma lição, ter uma garrafa a bordo dá muito jeito.

Mais à frente explicarei melhor.


domingo, 18 de abril de 2010

10 dias no Algarve 1

Depois de concluída a maior parte dos trabalhos e melhoramentos, e tratada da vistoria das autoridades (aquela que as capitanias e o IPTM gostam de fazer de 5 em 5 anos para cobrar umas coroas ao contribuente), o pessoal lá de casa resolveu passar uma semana a bordo do Galhofas em Sines (Marina) para percebermos como nos adaptávamos a bordo.



Não preciso de dizer que as catraias adoraram



e a patroa não se cortou à festa.


Ultrapassado o teste de vida a bordo, preparou-se a aventura de verão: 10 dias a bordo do Galhofas nas terras do sul português - Algarve.


A viagem para baixo (Lagos), que não sei porquê, talvez por embirranço, nunca me dá grande gozo. Consegui que o Nuno, um companheiro destas andanças me acompanha-se na perna Sines - Lagos, já que o resto da tripulação ainda é catraia e/ou inexperiente para uma viagem de tantas horas e sem possibilidade de escala.


A ideia era ir até Portimão, mas apanhamos no mar do Algarve um vendaval que fartos de levar borrifos na cara, cortamos para Lagos afim de acabarmos com a brincadeira um par de horas mais cedo.


O troço de Sines ao Cabo Sagres foi sem problemas de maior e com bom mar e sem grande vento, mas mal dobramos Sagres/S. Vicente, apanhamos uma nortada de 30 nós com mareta, que nos molhou até aos ossos com os borrifos das pequenas ondas que batiam no costado e o vento achou piada prendar-nos com chuveirada.

A verdade, é que a nortada já se devia sentir, mas como nos apanhava de popa, nem a sentíamos, mal rumamos para Leste, levamos com ela de Través.


Outro facto que nos surpreendeu, e faz com que o mar me mereça tanto respeito e admiração, foi um mini microclima que apanhamos pouco depois de passarmos a Arrifana.
Estava eu e o Nuno na palrice, distraídos a falar de coisas que aqui não se pode reproduzir, quando a atmosfera começou a ficar densa. Nem 5 minutos passados, estávamos no meio de neblina que passou para vento forte que nos obrigou rapidamente a baixar velas numa confusão tal, nem percebíamos de onde tinha aparecido tanto vento e neblina (julgava eu que ambas as coisas não eram compatíveis).

Bom, a coisa não durou mais de 20 minutos, e quando demos conta, já estávamos outra vez com um Sol maravilhoso e uma leve brisa.


Há coisas do diabo.

Primeira Viagem (Lisboa - Sines)

Fomos buscar o Galhofas em Lisboa, na sua casa de então (Doca do Espanhol).
Eu e o meu companheiro de viagens de sempre, o João, subimos a bordo ao final do dia de Sábado, 11 de Abril, para soltar amarras no dia seguinte de manhã.

Domingo, 12 de Abril, 09.15 horas, dia nublado, com ameaças de chuva.

Posto o motor a trabalhar, engrenamos a ré e aceleramos. Mas não saíamos do mesmo sítio. 1.º problema: a manete do acelerador estava perra e calcinada. Lá com umas palmadas conseguimos engatar a ré (lembrem-se que fez parte dos trabalhos primários a substituição desta marota).
Todavia, perdemos a janela da ponte. A doca do espanhol tem esta particularidade, abre de 30 em 30 minutos, se falharmos a abertura, resta-nos a dança do espanhol - ficar literalmente a andar com os barcos de um lado para o outro devagarinho à espera. Todavia, nesta manhã, o porteiro de serviço da doca estava bem disposto, vendo que estávamos a iniciar a dança e correndo o risco de encostarmos a alguma parceira sossegada na sua mesa (finguer), fez-nos a simpatia de abrir a ponte fora d'horas.

E lá fomos Tejo fora para o alto-mar rumo a Sines.

Particularidades:

- Não conhecíamos o barco, era a primeira vez que estávamos a navegar no menino. Simplesmente confiamos no anterior proprietario, que bem conhecia e foi meu professor de patrão Local e de Costa, que me informou para estar à vontade com o barco;
- O dia estava particularmente tristonho. ainda apanhamos chuva à saída da barra;
- Ondulação de Noroeste entre os 3 a 4 metros com períodos longos.
- Vento, nulo. Estranhei o facto de não havendo vento, o mar estar alto (com ondulação alta).

Mas tudo correu bem.

A única coisa que merece registo é o facto de ter navegado pela primeira vez a olhar para traz.

Eu explico:

A determinada altura, o João ia ao leme. Verifiquei e estranhei o facto de ele ir sempre a olhar para traz, ao fim ao cabo, rumávamos a Sul e ele olhava para norte com o leme à mão. Pareceu-me esquisito, mas deixei andar.
Quando passei para o leme, deparei-me com a triste figura de ir também a olhar para traz. A final de contas, a vaga abraçava-nos pela popa, fazendo o barco rodopiar um pouco sobre si próprio. A impressão de observar uma vaga (parede) de 4 metros a vir para cima de nós não é lá muito sexy. claro que o Galhofas, dava-lhe o traseiro com um à vontade que ela nos passava por baixo, todavia, não queria ser apanhado desprevenido e ela apanhar-nos de través. Note-se que não conhecíamos a barco e não sabíamos qual seria o comportamento que ele teria com este mar.

Noutro tipo de embarcações, mais ligeiras, o risco de surfar e atravessar seria importante, no Galhofas, simplesmente limitou-se a rodopiar um pouco quando a vaga passava por nós e com jogo de músculo (o piloto automático desistiu, mandou-nos a nós fazer o trabalho) lá compensávamos e o colocávamos outra vez no rumo certo.

Recuperação do Galhofas 2


Após satisfeitas as necessidade primárias, as atenções viraram-se para as secundárias:

- Colocação de um Lazybag;
- Substituição do mini-guarda-patrão;
- Substituição das antenas VHF (uma delas partiu-se e a outra estava em dúvida);
- Colocação de um ploter-gps no poço;
- Substituição do apoio do motor fora-de-borda;
- Colocação de uma pequena plataforma na popa;
- Colocação de coluna de som do rádio-FM no poço;
- Colocação de linhas de vida;
- Substituição do guincho do ferro (o outro estava gripado);
- Substituição dos estofos do salão e do camarote de proa (colchões e capas);
- Colocação de bomba eléctrica na rede de água;
- Pintura da casa das máquinas;
- Vedante na caixa de frio;
- Substituição dos acrílicos das escotilhas do convés;
- Colocação de um televisor para as mulheres a bordo (tenho 3, roam-se de inveja);
- Colocação de estofos no poço;
- Bimini
- Substituição do pneumático e do motor fora-de-borda por um de 4T;
- E tantas outras mariquices;

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Recuperação do Galhofas 1

Quando adquirimos o Galhofas, estava um pouco mal tratado.

A primeira coisa que fizemos foi identificar as necessidades primárias e secundárias, considerando as secundárias os melhoramentos que entendíamos necessários para o nosso conforto e segurança.

Assim, como necessidades primárias temos:

- Limpeza geral (aqui, levei uma semana a tirar sujidade e a desinfectar, foi o trabalho mais aborrecido);
- Casco Obras vivas (Felizmente não tinha osmose):
- Limpeza do casco;
- Decapagem até ao gel-couto (com jacto de areia a baixa pressão);
- Secagem de 2 meses;
- Tratamento com epoxy (3 camadas);
- Tratamento com Copper-cote;
- Mudança de zincos;
- Casco Obras Mortas:
- Lixagem total;
- Reparação da proa (tinha um pequeno dano);
- Pintura (Pre-Kote (uma de mão), Toplac (duas de mão) com tintas da International;
- Substituição de tubagens e depósitos de água;
- Substituição do quadro eléctrico;
- Melhoramento da rede 220 v;
- Reparação da Banda UV da Genoa;
- Extracção das ripas de madeira do poço (estavam partidas e danificadas na sua maioria);
- Revisão do motor e substituição da manete aceleradora;
- Reforço dos cunhos de amarração;
- Substituição de cabos (escotas e adriças)
- Substituição da bomba de porão (grande capacidade);
Na próxima visita ao blog, falarei das necessidades secundárias,



quarta-feira, 14 de abril de 2010

Aquisição do Galhofas

Viva,

O Galhofas juntou-se à família Santos da Maia no dia 7 de Abril de 2009.

Grande dia esse.

Veio para a família um pouco mal tratado de cosmética, mas com bons ossos e um grande coração.

Claro, sendo nosso querer realizar grandes aventuras e velejadas no bicho, há que por mãos à obra e lá o metemos no estaleiro para lhe lavar a cara (e corpo).

Nas próxima linhas, vamos tentar relatar um pouco os melhoramentos que efectuamos no Galhofas, e, acima de tudo, contar as nossas aventuras.

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