domingo, 18 de abril de 2010

Primeira Viagem (Lisboa - Sines)

Fomos buscar o Galhofas em Lisboa, na sua casa de então (Doca do Espanhol).
Eu e o meu companheiro de viagens de sempre, o João, subimos a bordo ao final do dia de Sábado, 11 de Abril, para soltar amarras no dia seguinte de manhã.

Domingo, 12 de Abril, 09.15 horas, dia nublado, com ameaças de chuva.

Posto o motor a trabalhar, engrenamos a ré e aceleramos. Mas não saíamos do mesmo sítio. 1.º problema: a manete do acelerador estava perra e calcinada. Lá com umas palmadas conseguimos engatar a ré (lembrem-se que fez parte dos trabalhos primários a substituição desta marota).
Todavia, perdemos a janela da ponte. A doca do espanhol tem esta particularidade, abre de 30 em 30 minutos, se falharmos a abertura, resta-nos a dança do espanhol - ficar literalmente a andar com os barcos de um lado para o outro devagarinho à espera. Todavia, nesta manhã, o porteiro de serviço da doca estava bem disposto, vendo que estávamos a iniciar a dança e correndo o risco de encostarmos a alguma parceira sossegada na sua mesa (finguer), fez-nos a simpatia de abrir a ponte fora d'horas.

E lá fomos Tejo fora para o alto-mar rumo a Sines.

Particularidades:

- Não conhecíamos o barco, era a primeira vez que estávamos a navegar no menino. Simplesmente confiamos no anterior proprietario, que bem conhecia e foi meu professor de patrão Local e de Costa, que me informou para estar à vontade com o barco;
- O dia estava particularmente tristonho. ainda apanhamos chuva à saída da barra;
- Ondulação de Noroeste entre os 3 a 4 metros com períodos longos.
- Vento, nulo. Estranhei o facto de não havendo vento, o mar estar alto (com ondulação alta).

Mas tudo correu bem.

A única coisa que merece registo é o facto de ter navegado pela primeira vez a olhar para traz.

Eu explico:

A determinada altura, o João ia ao leme. Verifiquei e estranhei o facto de ele ir sempre a olhar para traz, ao fim ao cabo, rumávamos a Sul e ele olhava para norte com o leme à mão. Pareceu-me esquisito, mas deixei andar.
Quando passei para o leme, deparei-me com a triste figura de ir também a olhar para traz. A final de contas, a vaga abraçava-nos pela popa, fazendo o barco rodopiar um pouco sobre si próprio. A impressão de observar uma vaga (parede) de 4 metros a vir para cima de nós não é lá muito sexy. claro que o Galhofas, dava-lhe o traseiro com um à vontade que ela nos passava por baixo, todavia, não queria ser apanhado desprevenido e ela apanhar-nos de través. Note-se que não conhecíamos a barco e não sabíamos qual seria o comportamento que ele teria com este mar.

Noutro tipo de embarcações, mais ligeiras, o risco de surfar e atravessar seria importante, no Galhofas, simplesmente limitou-se a rodopiar um pouco quando a vaga passava por nós e com jogo de músculo (o piloto automático desistiu, mandou-nos a nós fazer o trabalho) lá compensávamos e o colocávamos outra vez no rumo certo.

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