Não preciso de dizer que as catraias adoraram
e a patroa não se cortou à festa.
Ultrapassado o teste de vida a bordo, preparou-se a aventura de verão: 10 dias a bordo do Galhofas nas terras do sul português - Algarve.
A viagem para baixo (Lagos), que não sei porquê, talvez por embirranço, nunca me dá grande gozo. Consegui que o Nuno, um companheiro destas andanças me acompanha-se na perna Sines - Lagos, já que o resto da tripulação ainda é catraia e/ou inexperiente para uma viagem de tantas horas e sem possibilidade de escala.
A ideia era ir até Portimão, mas apanhamos no mar do Algarve um vendaval que fartos de levar borrifos na cara, cortamos para Lagos afim de acabarmos com a brincadeira um par de horas mais cedo.
O troço de Sines ao Cabo Sagres foi sem problemas de maior e com bom mar e sem grande vento, mas mal dobramos Sagres/S. Vicente, apanhamos uma nortada de 30 nós com mareta, que nos molhou até aos ossos com os borrifos das pequenas ondas que batiam no costado e o vento achou piada prendar-nos com chuveirada.
A verdade, é que a nortada já se devia sentir, mas como nos apanhava de popa, nem a sentíamos, mal rumamos para Leste, levamos com ela de Través.
Outro facto que nos surpreendeu, e faz com que o mar me mereça tanto respeito e admiração, foi um mini microclima que apanhamos pouco depois de passarmos a Arrifana.
Estava eu e o Nuno na palrice, distraídos a falar de coisas que aqui não se pode reproduzir, quando a atmosfera começou a ficar densa. Nem 5 minutos passados, estávamos no meio de neblina que passou para vento forte que nos obrigou rapidamente a baixar velas numa confusão tal, nem percebíamos de onde tinha aparecido tanto vento e neblina (julgava eu que ambas as coisas não eram compatíveis).
Bom, a coisa não durou mais de 20 minutos, e quando demos conta, já estávamos outra vez com um Sol maravilhoso e uma leve brisa.
Há coisas do diabo.
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