segunda-feira, 19 de abril de 2010

10 dias no Algarve 2

Se têm filhos, não se esqueçam de levar um bom stock de lápis e papel



Chegados a Lagos, deixamos o Nuno e peguei a Zezinha e as minhas 2 catraias.
Ficamos por Lagos nessa noite, pois a ideia era sair no dia seguinte para Portimão e por lá fundear.

Assim fizemos.

Vento nada, uma leve brisa, a meio da perna Lagos - Portimão, metemos motor.
Chegados a Portimão, fundeamos. Ficamos por ali um par de dias, depois seguimos para Albufeira, para a marina afim de abastecermos de água. Feito o check-in, ligamos o motor para nos deslocarmos para o lugar que nos fora atribuído, eis que, o motor não pegou. Droga, agora que eu estava a ficar tão contente com o Galhofas, ele faz-me isto!

Lá pedimos reboque à marina para o nosso lugar, que vergonha, ser rebocado por um pneumático a cair aos bocados. 30€ foi o que a marina nos cobrou pelo reboque do pontão de espera até ao nosso finguer, eis o Algarve no seu esplendor económico.

Felizmente, a marina de Albufeira tem ali um par de firmas de apoio e reparação à náutica que prontamente nos assistiu.

O problema era as escovas do motor de arranque, foram à vida por uso.

Lá se encomendou umas novas que demoraram 2 dias. Aproveitamos esses dias para conhecermos a zona. Os 2 dias foram passados a ir de dinghy até á praia e á noite umas passeatas pela noite de albufeira.
Depois de reparado o motor de arranque, fomos com um casal amigo que também estava por coincidência a passar uns dias de férias no empreendimento do Taveira (na marina de albufeira) até à beirinha de uma praia, fundeados e a curtir o panorama de ver as praias apinhadas de gente, enquanto nós nos banqueteávamos com um belíssimo almoço feito a bordo e uns mergulhos.

Ao final da tarde regressamos para a marina e no dia a seguir saímos novamente para Portimão, para fundearmos.

Aqui, tivemos uma graça:

- Apercebemos-nos que a passagem do Galhofas para o dinghy era um pouco atribulada, pois o Galhofas nesta altura ainda não tinha uma plataforma de popa. Compramos uma pequena escada quando estivemos em Albufeira.

- Quando chegamos a Portimão para fundear, resolvemos estrear a escada.

Ao colocarmos a escada na borda, esquecemos-nos de a prender com um cordel; resultado: caiu à água. Ainda tentei com um salto acrobático do Galhofas para o dinghy, mas qual quê, só me restou a frustração de ficar a vê-la a ir para o fundo.

A sonda marcava 4 metros, demasiado para um mergulho em apneia, pelo menos para mim.

Um vizinho (com pavilhão britânico), simpaticamente informou-me que tinha visto um mergulhador de um barco holandês ali fundeado, a mergulhar para resgatar um motor fora-de-borda.
Bom, pelo menos tinha o consolo de só ter deixado cair uma escada, teria sido bem pior se fosse o fora-de-borda.

Entrei no dinghy e lá fui ter com o mergulhador, proprietário de um belíssimo 60 pés feito em alumínio.

Era um casal de meia idade, que quando chegou teve o cuidado de me informar que me tinha observado pelos binóculos e já sabia o que ali me trazia. Que animador, e agora? peço-lhe o favor de me ir resgatar umas escadas?!

Bem, como já estávamos no final do dia, lá ficou combinado nos encontrarmos no dia seguinte para o grande resgate. Todavia, mandou-me a correr para o sítio onde tinha deixado cair a escada, pois com as variações da maré e do vento, no dia seguinte seria muito difícil encontrar o local exacto e muito menos encontrar, já que a visibilidade era péssima ali.

Peguei no pequeno ferro do dinghy e deixei cair no local com uma bóia amarrada num cabo para sinalizar.

No dia seguinte, lá apareceu o navegador/mergulhador que à primeira tentativa encontrou a minha estimada escada.

Perguntei-lhe quanto me iria custar a amabilidade, ao que me respondeu se eu queria que ele me cobrasse os 8€ que lhe cobram para encher uma garrafa, quando só tinha usado 2 minutos de oxigénio da garrafa. Não soube o que lhe responder.

Fica no entanto registado que não me cobrou nada e também me informou que não queria nenhuma garrafa do excelente vinho português porque era alérgico a bebidas alcoólicas. Tramou-me, o que é que se oferece a alguém que está fundeado num veleiro em plena zona balneária do Algarve e que ainda por cima é alérgico a vinho? Ainda estou a tentar descobrir.

Mas daqui tirei uma lição, ter uma garrafa a bordo dá muito jeito.

Mais à frente explicarei melhor.


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